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André Marechal

2 de março de 2017
última atualização em 4 de março de 2017 às 09:03

A crise hídrica na contramão do crescimento urbano do município de Marechal Deodoro

Rio do Niquim, no trecho da fazenda Rio Branco. (Foto: Google Earth)

Por André Marechal

Nesse início de ano estamos vivendo momentos caóticos, especialmente no nordeste brasileiro, com relação a crise hídrica provocada em sua maior parte pela forte estiagem que afeta toda região. Até mesmo o litoral e a zona da mata, onde os índices pluviométricos são maiores, estão sofrendo como nunca antes com a falta d’água.

O resultado destes fatores climáticos – estiagem generalizada e/ou baixo índice pluviométrico – boa parte resultado da ação antrópica sobre o meio, vem se refletindo na vegetação seca, com um cenário típico do sertão e no (des) abastecimento das regiões urbanas. Essa última característica está presente em praticamente todos os municípios, falando na realidade do estado de Alagoas em particular.

Mesmo nas exceções, como é o caso da cidade de Marechal Deodoro, abrir uma torneira e não ter acesso ao líquido indispensável a vida humana está se tornando uma constante.

Quando eu pontuo que a “Velha Capital” é uma exceção, quero deixar claro que por aqui o que falta não é o recurso hídrico água, e sim investimentos em projetos para capta-la em outras localidades que não seja o quase morto Rio da Estiva.

Estrutura do SAAE não consegue dar vencimento a demanda da população.

Os deodorenses sabem muito bem que a estrutura do SAAE é bem antiga. Coisa que foi construída há quase quatro décadas quando Marechal Deodoro deveria ter um quinto da população que tem hoje. E para piorar, pra todo canto que se olha tem um novo loteamento surgindo.

Para quem conhece o Rio do Niquim, na altura da fazenda Rio Branco, sabe que lá está o segredo para que o município consiga sair desta situação que só tende a piorar. Só que captar essa água a cerca de 20 quilômetros de distância da estação de tratamento do SAAE, necessita de recursos na ordem de milhões de reais. Mais nada que politicamente não possa ser conseguido, através de um esforço integrado.

Só com uma adutora dessa magnitude poderíamos evitar um caos no abastecimento urbano, cujo crescimento vem aumentando vertiginosamente. Enquanto a grande família deodorense só cresce, o mesmo “bolo”, do mesmo tamanho, tem que ser repartido com muitas outras novas bocas, sedentas por água.

Este será um grande desafio para o prefeito Cacau neste seu primeiro mandato. Se conseguir pular esse abismo, deixará registrado na história do município a sua administração.

Enquanto esse projeto não sai do papel, temos mesmo é que preparar nossas cambucas; nossos potes e reservar um pouco de água para as necessidades básicas.

No mais, é pedir a São Pedro que também dê uma forcinha, mandando água dos céus para encher os reservatórios e fazer reviver muitos rios que estão agonizando em seus leitos.

Matéria postada em 02/03/2017

Só no Conjunto Gislene Matheus serão quase mil novas residências para serem abastecidas de água. (Foto: reprodução)

 

 

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