O governo do estado comemora a instalação de grandes empresas em Alagoas no ano de 2013. De fato, duas indústrias se instalaram por aqui. Uma delas é a Tomé-Ferrostal, no Porto de Maceió, que produz módulos para plataformas de exploração de petróleo, com investimento de US$ 1 bilhão e geração de 1.800 empregos. A outra, foi a Bauducco, primeira unidade no Nordeste, instalada em Rio Largo, região metropolitana, com geração de 100 empregos direto e investimento de R$ 60 milhões.
A Secretaria de Estado de Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande) afirma que em sete anos 87 fábricas se instalaram no estado e mais de 100 mil empregos foram gerados. Mas o professor de Economia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Fábio Guedes, contesta esses números e diz que o estado “não tem um crescimento expressivo desde 2007”.
“O setor de Indústria não cresceu nada entre 2007 e 2012. Se manteve nos 102 mil empregos formais. O estado cresceu timidamente, mas não por conta de incentivos do governo estadual e sim pelo aquecimento econômico brasileiro, como por exemplo, o aumento do salário minímo”, diz.
Ele explica ainda que o setor em maior desenvolvimento é o da Construção Civil que teve um crescimento de 228%. O Comércio e o setor de Serviço também tiveram um aumento expressivo com 48,9% e 46,4% respectivamente de 2007 a 2012. O que fez crescer o número de empregos formais de 407 mil para 505 mil em cinco anos.
O economista afirma ainda que a vinda da Tomé-Ferrostal para Alagoas nada teve a ver com o governo estadual. “A empresa só foi instalada no Porto de Maceió por vontade do governo federal, por articulação politica”, relata Guedes.
Outro anúncio de investimento da Seplande é a pedra fundamental da empresa de revestimentos cerâmicos Portobello. Que deverá ser instalada no Polo Multifrabril em Marechal Deodoro, com investimento de R$ 210 milhões e geração de 1.000 empregos.
Para 2014 ainda estão previstas a instalação da GranBio, voltada para a área de energia, em São Miguel dos Campos, com geração de 160 empregos e da Almaviva do Brasil, empresa de call center, em Maceió, com geração de 5.000 empregos.
O que, para o professor de Economia, é positivo, mas ainda muito pouco. Para ele, Alagoas precisa investir em Educação e qualificação profissional, além de realizar obras de infraestrutura em rodovias e na área portuária para atrair grandes empresas. “O maior problema do estado é a falta de mão de obra qualificada. E sem estradas e porto, fica difícil uma empresa querer se instalar aqui. Outro ponto é a questão de articulação política com o governo federal que tem o poder de trazer indústrias de grande porte e assim atrair outras empresas que darão suporte a mais, assim como acontece em Pernambuco”, conclui.
Fonte: G1
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