A falta de formação do pessoal do Corpo de Bombeiros de Alagoas (CB/AL), consequência do reduzido número no contingente do batalhão atrasa, ao mesmo passo em que penaliza, muitas vítimas e familiares que necessitam do salvamento aquático. Em Alagoas, apenas a capital possui equipe treinada para atender às ocorrências. Moradores de cidades distantes, estão desprevenidos e, quando já é tarde, para o resgate dos corpos o tempo de espera dos parentes e familiares das vítimas pode chegar a quase 24 horas.
Foi o caso dos parentes e amigos de Luiz José dos Santos, de 60 anos, que se afogou no final da tarde de ontem (26), numa barragem, localizada no Sítio Olho D’Água do Luiz Carlos, enquanto pescava e mergulhava com parentes e amigos, na Zona Rural de Taquarana, cidade do agreste alagoano, distante 119 km de Maceió.
“Luiz José estava pescando na barragem da usina Triunfo, quando mergulhou e os parentes perceberam que ele não retornou mais. A guarnição foi até lá, mas o corpo não boiava na superfície da barragem, que tem uns três metros de profundidade. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas disseram que só fariam as buscas hoje pela manhã, a partir das 10 horas, pois isso só é possível pelo dia, e também porque a equipe de mergulho vem de Maceió”, disse o Chefe de Serviço do 72º Distrito Policial de Taquarana, Aloísio Neto.
O corpo só foi retirado da barragem por volta das 6 horas da manhã de hoje pelos familiares, que preferiram não esperar pelo CB/AL. “O corpo dele foi encontrado pelos amigos que mergulharam e o encontraram preso na lama do fundo da barragem”, disse Neto. O cadáver foi recolhido ao Instituto Médico Legal (IML) de Arapiraca por volta das 9 horas.
O CB/AL, por meio da assessoria de comunicação, confirma que não existe grupamento de salvamento aquático em outra região, por falta de homens preparados para a função, mas que para melhorar as condições, em longo prazo, planejam desde o ano pássaro a realização de um curso de formação dos bombeiros que ainda não o tem.
“O Corpo de Bombeiros, por enquanto, centraliza toda a estrutura de mergulho na capital e o interior acaba dependente de Maceió, tanto de forma material, quanto em número de pessoal, porque temos uma quantidade limitada de mergulhadores”, disse o Coordenador da Assessoria de Comunicação (Ascom) do Batalhão, jornalista e major Carlos Burity.
Ainda segundo a assessoria, ainda neste ano ocorrerá uma especialização de bombeiros, para que se tornem mergulhadores aptos para este serviço de salvamento. “É uma tarefa difícil, porque não se consegue formar muitos mergulhadores. Vai ter o curso, mas não é a curto prazo, a perspectiva é de efetividade a longo prazo, inclusive com a posterior distribuição para as cidades mais distantes”, disse o major.
Sem concursos
De acordo com o Corpo de Bombeiros, é preciso formação. “A grande necessidade é essa, já está precisando fazer o curso este ano”, disse. A Ascom do CB/AL diz que os bombeiros militares estão necessitando, em caráter emergencial, não apenas de novos mergulhadores, mas de mais bombeiros para o efetivo.
“Não há previsão de concurso público. E essa questão, de concurso público, é outro assunto que o Bombeiro necessita muito e desesperadamente. É uma questão de desespero! A gente clama por concurso público”, disse o jornalista.
Fonte: Tribuna Hoje
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