
Após quase uma semana sendo considerada foragida, a advogada gaúcha Janadaris Sfredo se apresentou, na manhã desta segunda-feira (6), à Central de Flagrantes da Polícia Civil, no bairro Tabuleiro do Martins, em Maceió. A decisão de se entregar ocorreu depois que o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) suspendeu a liminar que havia garantido a sua liberdade provisória.
Condenada em agosto deste ano a 28 anos de prisão pelo assassinato do também advogado Marcos André de Deus Félix, o crime que ocorreu em 2014, na Praia do Francês, em Marechal Deodoro, voltou a ganhar repercussão após a revogação do habeas corpus. O júri, que durou quase 19 horas, terminou com um resultado apertado: quatro votos a favor da condenação e três pela absolvição.
Com a decisão do TJ/AL, Janadaris deve iniciar o cumprimento da pena em regime fechado. Como já havia ficado presa preventivamente por quatro anos, o tempo total de reclusão foi reduzido para 24 anos, sendo 12 em regime fechado.
Antes de se apresentar, a advogada publicou um vídeo nas redes sociais em que questionou a forma como o julgamento foi conduzido. “O Judiciário levou em conta o depoimento de alguém ligado a uma organização criminosa. Tudo o que foi dito nele pesou na minha condenação. Mas acredito na Justiça e vou cumprir o que for determinado”, afirmou.
Ela havia deixado a prisão no fim de setembro, mas o desembargador Tutmés Airan, ao analisar o caso, restabeleceu a ordem de prisão. O magistrado destacou que, conforme entendimento recente do Supremo Tribunal Federal (STF), as penas impostas pelo Tribunal do Júri podem começar a ser cumpridas imediatamente, mesmo que ainda caibam recursos. Apenas situações excepcionais — como provas insuficientes ou nulidades evidentes — permitem recorrer em liberdade.
O crime
O caso que levou à condenação de Janadaris remonta a 14 de março de 2014. Na ocasião, o advogado Marcos André de Deus Félix foi baleado após uma discussão relacionada à reintegração de posse de uma pousada na Praia do Francês.
Marcos André chegou a ser levado ao Hospital Geral do Estado e, depois, ao Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, onde permaneceu internado por cerca de duas semanas, mas não resistiu aos ferimentos.
As investigações concluíram que Janadaris, que representava o proprietário da pousada, mandou executar o colega como forma de vingança por uma decisão judicial que favorecia a outra parte do processo. Os dois homens acusados de realizar os disparos foram presos e condenados.
0 Comentários