
Sem aceitar o fim do relacionamento, por vingança, um homem planejou e manteve em cárcere privado a ex-companheira de 37 anos, que sofreu diariamente abuso sexual e tortura psicológica por mais de 15 dias. O caso revoltante aconteceu em um imóvel localizado na Travessa Carlos Ferreira Lima, no Jacintinho, bairro de Maceió, numa área de difícil acesso.
Para colocar o plano em prática, o suspeito, de 31 anos, chamou um amigo, que virou seu comparsa no crime.
Por dias, os dois violentaram a mulher no cativeiro. A agonia só acabou na tarde de terça-feira (26), quando a vítima aproveitou que o ex-companheiro cochilou, pegou o celular e avisou à sua patroa sobre o que estava acontecendo. Ela, por sua vez, acionou a Polícia Militar (PM).
O Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) entrou em contato com o 13º Batalhão responsável pela segurança no Jacintinho, que contou com a ajuda da população local para chegar até o local do cativeiro.
Lá chegando, os policiais militares encontraram a vítima bastante debilitada. Ela foi encaminhada ao Hospital Geral do Estado (HGE) e ao Instituto Médico Legal (IML), onde passou por exames de rotina para casos como esse.
“Ela estava em estado de choque, contou que foi violentada diversas vezes. Era violentada diariamente pelos dois. O ex-companheiro dela planejou a ação e chamou o amigo para executarem juntos. Quando chegamos lá, ela estava num quarto e ele acabou preso, pois também estava lá. O outro conseguiu fugir”, contou o capitão Everton Estevan, subcomandante do 13º Batalhão de Polícia Militar (BPM).
Segundo a PM, o suspeito não tinha arma de fogo, mas ameaçava a vítima com uma faca. “Assim que recebemos a informação do Copom, a guarnição partiu para localizar a vítima e contamos com a ajuda da população para encontrar o endereço onde ela e o ex-companheiro estavam no momento”, explicou o capitão Estevan.
A vítima mora na Forene, na parte alta de Maceió, e trabalha em um estabelecimento comercial no Jacintinho, bairro onde foi mantida em cárcere privado e onde o autor também reside.
“Começou como cárcere privado e terminou como estupro. Além de manter a mulher presa, incomunicável, também foi violentada, segundo ela, todos os dias pelos dois”, afirmou o major Daniel Souza.
A Polícia Militar solicita que qualquer informação sobre o paradeiro do comparsa do ex-companheiro seja repassada pelo número 181 ou diretamente ao 13º Batalhão.
Segundo a delegada Ana Luiza Nogueira, coordenadora das Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (DEAMs), a Polícia Civil já instaurou inquérito policial para apurar os crimes de cárcere privado e de violência doméstica e familiar praticados no Jacintinho, além de oferecer rede de proteção à vítima.
O resgate ocorreu por volta das 13 horas de terça-feira (26). O criminoso detido foi autuado pelos crimes de sequestro, cárcere privado, violência doméstica e estupro.
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