
A catadora de recicláveis Tamires Kelly da Silva foi assassinada após ser agredida brutalmente no Conjunto Antônio Lins, em Rio Largo, no último dia 24. A investigação policial mostrou que ela foi “julgada” por um grupo criminoso que lidera o tráfico de drogas na região e sentença do “tribunal do crime” ocasionou a morte dela. Uma mulher foi apontada como a autora intelectual do crime bárbaro.
De acordo com a polícia, o nome de Tamires foi apresentado ao grupo de traficantes pela proprietária de uma residência no conjunto. A dona do imóvel procurou os criminosos para informar sobre um suposto roubo e cobrou medidas contra a jovem. Esse crime não foi registrado em delegacia.
“Ela [Tamires] foi apontada como suspeita de arrombar uma residência, e a proprietária recorreu ao grupo para “solucionar a questão”. Na verdade, ela deveria ter procurado a polícia, e não houve nenhum registro de ocorrência em delegacia. Como o caso aconteceu na boca de fumo, eles fizeram justiça a modo deles”, disse a delegada Rosimeire Vieira, titular da Delegacia de Homicídios de Rio Largo.
Ainda segundo Vieira, a mulher foi alvo da operação “Reciclo”, desencadeada na manhã desta quarta-feira (03), cujo resultado foi de quatro prisões e uma apreensão.
“Essa mulher está sendo investigada. Tudo indica que ela é a autora intelectual da trama criminosa. Essas pessoas detidas vão ser interrogadas hoje, para que avancemos e identifiquemos mais envolvidos”, reforçou.
A delegada contou que o grupo envolvido na morte de Tamires ainda é maior do que o encontrado nesta quarta. “Os presos hoje são a liderança, mas o grupo arregimentou outras pessoas e a suspeita foi de que 10 participaram do linchamento em praça pública”, acrescentou.
O grupo detido mora no mesmo conjunto onde Tamires residia. Alguns têm registros na polícia, outros não, mas todos se conheciam daquela localidade.
Quem tiver informações sobre a identificação de outros envolvidos na morte da catadora de recicláveis pode entrar em contato com o Disque Denúncia, de número 181. A ligação é gratuita e o denunciante tem a identidade preservada.
0 Comentários