
Uma área com mais de 14 mil hectares, entre os municípios de Coité do Nóia e Arapiraca, no Agreste de Alagoas, será o foco da multinacional canadense Pacific Bay Minerals para localizar as recém-descobertas jazidas de ouro na região.
O trabalho de perfuração confirmatória foi firmado por meio de uma carta de intenções com a gestora britânica Appian Capital Advisory, para a aquisição integral do projeto de mineração Pereira Velho.
O grupo canadense prevê investir US$ 1,56 de dólares, ou seja, mais de R$ 8 milhões de reais ainda este ano, com a nova pesquisa.
Além das perfurações no solo, a Pacific Bay Mineral pretende realizar testes metalúrgicos e avaliação econômica da jazida, para avaliar a quantidade de recursos minerais e definir a viabilidade de produção de ouro no Agreste de Alagoas.
No início deste mês, a Tribuna divulgou com exclusividade a localização da jazida, entre os municípios de Coité do Nóia e Arapiraca.
Na mesma região, o município de Craíbas, tem atividade da mineradora desde o ano de 2021, com a extração de cobre, ferro e ouro no Povoado Serrote da Laje.
Em março deste ano, o grupo chinês Baiyin Nonferrous adquiriu a Mineradora Vale Verde por US$ 420 milhões, ou seja, mais de R$ 2,3 bilhões de reais.
Extensão ainda está sendo pesquisada
Agora, com base em estudo realizado pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), há grandes possibilidades de a região conter um depósito aurífero (ouro) no solo entre os dois municípios.
A maior parte do Projeto Pereira Velho está situada no município de Coité do Nóia, a 122 km de Maceió.
A pesquisa acadêmica e científica, apresentada pela pesquisadora Ana Luiza Santos Sena, e que está sendo atualizada pela empresa canadense Pacific Bay Minerals, mostra que existe um depósito aurífero, na área que compreende os Domínios do Rio Coruripe, onde se encontra inserido o Complexo Arapiraca.
Coité do nóia
O foco do estudo compreende aproximadamente 31,823 km² na região do município de Coité do Nóia, na área central de Alagoas, e que também abrange os municípios de Limoeiro de Anadia e Taquarana.
A Tribuna teve acesso ao estudo geológico, realizado no ano de 2023, que coletou amostras de solo que apresentaram teores de ouro variando entre 1 ppb e 1090 ppb, com um background igual a 135,4 ppb.
Por meio de consultas a geólogos que atuam na região, ficou evidenciado que, na área pesquisada, o solo apresenta concentrações acima do normal, que segue uma direção NW-SE e coincide com uma zona de cisalhamento, estrutura geológica que pode ter influenciado a presença do ouro.
Os maiores teores do depósito estão na parte noroeste da anomalia, sugerindo uma área com potencial mineral para exploração.
A empresa multinacional canadense Pacific Bay Minerals revelou, no início desta semana, a assinatura de uma extensão da Carta de Intenções não vinculativa previamente anunciada com a Appian Capital Advisory LLP para adquirir 100% de participação no projeto de ouro Pereira Velho, localizado entre os municípios de Craíbas e Arapiraca, no Agreste de Alagoas.
Segundo estudo, anomalia de ouro no solo teria mais de 2,5 quilômetros
A aquisição inclui 11 concessões minerais, totalizando 14.596 hectares, de acordo com a apresentação do relatório técnico 43-101 relacionado ao Projeto Pereira Velho, que está situado no Agreste de Alagoas, uma jurisdição emergente de ouro e metais básicos, com minérios e concentrados de cobre que são a segunda maior exportação do estado.

O projeto está posicionado a 25 quilômetros da mina de cobre Serrote da Laje, em Craíbas, e que no último mês de março foi adquirida pelo grupo chinês Baiyin Nonferrous por US$ 420 milhões, ou seja, mais de R$ 2,3 bilhões de reais, reforçando o potencial de desenvolvimento e a crescente importância estratégica mineral do Agreste alagoano.
O empreendimento da mina já conta com acesso rodoviário pavimentado, rede elétrica nas imediações e a proximidade com Arapiraca, a segunda maior cidade de Alagoas com população estimada em 240 mil habitantes.
No documento, o Projeto Pereira Velho vai se beneficiar da infraestrutura existente e de uma força de trabalho local qualificada da mina.
Anomalia de ouro
O estudo técnico revela uma área com 14.596 hectares que abriga uma anomalia de ouro no solo de mais de 2,5 quilômetros. Foram registrados 6.363 metros de perfuração com diamante em 47 furos entre 2018 e 2022.
Os resultados históricos confirmaram mineralização aurífera disseminada e próxima à superfície, hospedada em unidades fraturadas de quartzito e gnaisse.
O trabalho fundamentou uma estimativa histórica de recursos protocolada na Agência Nacional de Mineração (ANM) em 2023.
A estimativa inclui 23.700 onças (1.156.000 toneladas a 0,64 g/t Au) de ouro na categoria Medida, 44.200 onças de ouro (969.000 toneladas a 0,66 g/t Au) na categoria Indicada e 40.500 onças (2.098.000 toneladas a 0,6 g/t Au) na categoria inferida em material oxidado e destaca a presença de ouro livre, apoiando o potencial para desenvolvimento de baixo custo, a céu aberto, no estilo lixiviação em pilha.
0 Comentários