Os destroços de um avião monomotor que caiu em uma área de difícil acesso na zona rural de Coruripe, no Litoral Sul de Alagoas, foram levados na segunda-feira (15) para o Aeroporto de Arapiraca. O material permanecerá no local até que a Justiça Federal autorize sua destruição.
O acidente aconteceu no domingo (14) e mobilizou as autoridades locais e federais, com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) acompanhando as investigações desde o início.
A Polícia Federal assumiu a investigação e divulgou que prosseguirá na apuração das informações para o aprofundamento dos fatos, bem como para a identificação do proprietário do material ilícito, mediante a instauração de inquérito policial.
Não está descartado o uso do espaço aéreo de Alagoas como rota internacional de entorpecentes, já que tanto a aeronave como o piloto são estrangeiros.
O avião, de origem da Zâmbia e pilotado por um australiano, caiu em entre uma área de mata e um canavial, na zona rural de Coruripe. O piloto morreu no local, deixando na queda uma carga valiosa de pasta básica de cocaína.
O Corpo de Bombeiros resgatou o corpo do piloto, além de verificar o risco de explosão, já que a aeronave transportava galões de combustível. No entanto, o que realmente chamou a atenção das autoridades foi a descoberta de uma carga significativa de entorpecentes.
Durante as buscas, policiais encontraram 187 tabletes de cocaína, pesando 195 quilos da droga, avaliados em cerca de R$ 9 milhões. Além disso, adesivos com a logomarca da SpaceX, empresa de Elon Musk, estavam nas embalagens da droga, o que gerou especulações sobre uma possível ligação com o tráfico internacional.
As investigações revelaram ainda outros itens suspeitos, como alimentos de origem não identificada, como duas garrafas de água de coco, marca ‘Coco Bom’, fabricada em Penedo e consumida apenas da região; além de tablets e galões adaptados para reabastecimento interno do monomotor.
Um bilhete encontrado no local indicava que o piloto deveria relatar sua localização a cada três horas, o que sugere a existência de um esquema logístico planejado para o transporte da carga. Há suspeita que o avião tenha feito um pouso de emergência numa pista de Coruripe e que tenha caído logo após a decolagem, quando seguia viagem para o Norte do Estado.
O caso continua sendo investigado pelo Segundo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa II), pela Polícia Federal e pela Polícia Civil, que já analisa o vínculo do símbolo da SpaceX com os responsáveis pelo tráfico.
INVESTIGAÇÃO
Os destroços do avião começaram a ser retirados na manhã desta segunda-feira (15) da plantação de cana-de-açúcar. A operação de resgate e remoção do material, conduzida com o auxílio de um caminhão guindaste tipo munck, acontece após a realização da perícia e com a área ainda isolada pela Polícia Militar (PM).
O acidente ocorreu no domingo, por volta das 13h30, quando a aeronave, registrada na Zâmbia e pilotada por Timothy J. Clarck, de 46 anos e nacionalidade australiana, caiu enquanto transportava cerca de 200 quilos de cocaína. O piloto não sobreviveu ao acidente, e até o momento, não há confirmação sobre a origem e o destino da carga apreendida.
A investigação do caso segue sob a responsabilidade da Polícia Civil (PC) e da Polícia Federal (PF). Segundo as forças de segurança, um teste preliminar indicou que a substância encontrada a bordo da aeronave é cocaína, com um valor estimado de mercado superior a R$ 9 milhões.
Após a remoção dos destroços, todo o material foi levado para o Centro Integrado de Segurança Pública (CISP), onde os procedimentos legais continuam. Além disso, a SSP/AL acionou o Cenipa da Força Aérea Brasileira, para apurar as causas do acidente aéreo.
NOTA OFICIAL DA PF
“Em relação ao acidente aéreo em Coruripe/AL, ocorrido no dia 14 de setembro de 2025, ocasião em que foram encontrados mais de 187 tabletes de substância entorpecente, equivalentes a 195 kg, a Polícia Federal informa que após a identificação de indícios de transnacionalidade, realizou a apreensão de todo o material encontrado na aeronave pela Secretaria de Segurança Pública – SSP/AL, incluindo substância entorpecente (laudo preliminar: cocaína), documentos e aparelhos eletrônicos, além da própria aeronave.
A investigação prosseguirá para o aprofundamento dos fatos e identificação do proprietário do material ilícito, mediante a instauração de inquérito policial.”
0 Comentários