
A mãe de uma criança denunciou, nesta sexta-feira, 19, que a filha foi vítima de negligência durante um processo de vacinação, após uma agulha ter sido deixada dentro da perna da criança, em um ponto fixo de vacinação em um shopping da capital alagoana.
Conforme a advogada Nayanne Pinheiro, mãe da criança, após a vacinação, a criança passou horas chorando intensamente, mas a situação só foi descoberta quando os pais chegaram em casa.
A advogada Nayanne Pinheiro explicou que levou as duas filhas gêmeas para serem vacinadas. Segundo ela, a primeira gêmea foi imunizada por uma profissional, que aplicou a vacina, colocou o algodão e orientou que o local fosse pressionado. A mãe segurou a criança, tentou acalmá-la. Em meio ao choro intenso, considerado inicialmente normal após a vacinação, não houve qualquer sinal de que algo mais grave havia acontecido naquele momento. Após a troca com a babá, a segunda gêmea foi vacinada por outra profissional e a família retornou para casa.
Durante todo o trajeto, a primeira criança continuou chorando de forma persistente e fora do comum. A família acreditava que a dor fosse apenas uma reação à vacina, sem imaginar que uma agulha poderia estar dentro da perna da bebê. “Em momento nenhum a gente imaginava que teria uma agulha dentro”, relatou Nayanne.
Ao notar a agulha, a mãe retornou ao posto de vacinação para buscar esclarecimentos. Segundo ela, a profissional que realizou a aplicação afirmou que aquilo nunca havia acontecido em seus anos de profissão e limitou-se a perguntar se realmente havia algo dentro da perna da criança. De acordo com a advogada, a maior demonstração de solidariedade partiu da responsável pela equipe no local.
A médica Suzanna Matos destacou que uma agulha jamais deveria ser deixada no corpo de uma criança e classificou o episódio como uma falha técnica grave. Segundo ela, não se trata de esquecimento, mas de erro no procedimento, que poderia ter causado consequências sérias, como lesão em vasos de grande calibre, comprometimento da circulação da perna, danos a nervos, alterações de sensibilidade e motricidade, além de riscos de infecção por se tratar de um corpo estranho no tecido.
Em nota, a Secretaria de Saúde de Maceió informou que notificou o suposto caso envolvendo uma criança imunizada no ponto fixo do Shopping. A Pasta esclareceu que, no momento da notificação, uma enfermeira avaliou que não havia lesão aparente na criança. Ainda segundo a Secretaria, os pais relataram que a criança passou por atendimento emergencial e realizou exame de raio-x, que não comprovou a existência de corpo estranho no local da imunização.
A Secretaria de Saúde ressaltou também que, mesmo com o exame não confirmando a presença da agulha, a coordenação técnica de imunização de Maceió mantém contato com a família para acompanhar o estado de saúde da criança, que segue bem e sem apresentar reações adversas.


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