
Dois irmãos peruanos, naturais da cidade de Pisco, foram resgatados de uma situação de trabalho análogo à escravidão em um restaurante na Praia do Francês, em Marechal Deodoro. Eles denunciam também maus-tratos, ameaças e exploração laboral. A Polícia Federal instaurou um inquérito e investiga o caso.
O casal de irmãos, de 23 e 33 anos, chegou ao Brasil em novembro, com a promessa de emprego oferecida por um conhecido que custeou as passagens para o Brasil e a estadia dos dois.
De acordo com as denúncias, eles receberam apenas R$ 300 pelo trabalho e foram informados que não receberiam novos pagamentos devido aos supostos débitos da viagem. A mulher trabalhava como garçonete e o homem como chefe de cozinha.
“Um cliente de restaurante peruano nos prometeu que havia muito trabalho no Brasil, falando que a gente ia ganhar muito dinheiro. Como somos de família pobre, viemos para cá. Fomos chamados de palhaço. Esperei o sábado, amanhecemos eu e meu irmão na rua, mas não recebemos ajuda”, disse a mulher que preferiu não se identificar.
Os dois foram orientados por vizinhos e clientes do restaurante a procurarem ajuda policial. Foi quando eles foram até o posto da Ronda no Bairro que fica na Praia do Francês. Os agentes do programa realizaram o resgate dos dois, que receberam atendimento psicológico, além de assistência social.
“A equipe fez toda a abordagem policial, onde houve uma escuta qualificada. Ouvimos atentamente, por serem estrangeiros, e vimos que era necessário, até pela garantia dos direitos deles, encaminhá-los até a Polícia Federal”, contou a coordenadora da equipe social do Ronda no Bairro, Polly Cavalcante.
Os irmãos desejam permanecer no Brasil para conseguir um emprego e ajudar os parentes que ficaram no Peru. “Eu vim trabalhar aqui com um sonho e com uma meta para os meus irmãos. Sei que não tenho nada aqui, estou tão agradecida com a polícia”, disse a mulher.


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