As declarações do presidente do Sport, Luciano Bivar, inauguraram uma polêmica no futebol brasileiro.
Segundo o cartola rubro-negro, em seu sexto mandato à frente do clube, é comum a prática de lobistas cobrarem pela convocação de atletas para a seleção brasileira. O dirigente citou a convocação do atleta Leomar pelo então técnico, Emerson Leão, afirmando que foi fruto de um negócio celebrado entre o clube pernambucano e um suposto empresário.
O técnico Emerson Leão, o jogador e o então dirigente de seleções, Antônio Lopes, disseram que se trata de uma situação que não é do conhecimento deles, bem como desafiaram Luciano Bivar a provar a veracidade de suas afirmações.
A presença de empresários comissionados nos gramados e nas mesas não oficiais tornou-se prática mundial e as negociações envolvendo direitos econômicos entabulados nos contratos entre atletas e clubes, o assunto preferido.
Quanto a esses negócios, desde que devidamente declarados ao fisco e à FIFA, nada há que se falar. O problema se inicia quando eles passam a ser geridos por profissionais ocupantes de cargos em entidades de interesse público, como as federações, a CBF e a FIFA.
A gravidade dos fatos levantados, bem como o envolvimento de profissionais conhecidos, estão a exigir um maior esclarecimento do presidente do Sport.
É urgente que se investiguem as declarações de Bivar e nelas se aprofundem, afim de apurar se o caso trata-se apenas de polêmica de cartolagem ou, realmente, de fatos ilegais.
Definitivamente, o esclarecimento não atende apenas às pessoas citadas, mas à toda a coletividade. O futebol tornou-se uma questão de interesse público, vez que estão envolvidas cifras grandiosas, bem como a paixão de milhares de cidadãos.
Sejam procedentes ou irresponsáveis as declarações de Luciano Bivar, uma conclusão prudente delas se pode tirar: já passou da hora do legislador produzir um sistema normativo de responsabilidade do esporte, comprometendo, na seara cível e penal, os atos ilegais praticados por dirigentes de clubes e de entidades das quais fazem parte.
Essa é uma exigência ética e desejo, sem dúvida, de todos os torcedores.
Matéria por Bernardo Junqueira
OSMAR JÚNIOR
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