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O Hospital de Campanha montado pelo Exército Brasileiro no Polo Multifabril de Marechal Deodoro recebeu seus primeiros pacientes nesta segunda-feira (05), todos vítimas de enchentes após as fortes chuvas da última semana, quando milhares de famílias ficaram desabrigadas. De acordo com a coronel Sandra, que coordena a unidade móvel de saúde, até o final da tarde, 11 atendimentos já haviam sido realizados, sendo que duas mulheres e duas crianças ficaram em observação.
De acordo com a coronel Sandra, o hospital foi uma solicitação do Governo de Alagoas para dar suporte ao atendimento às vítimas que, por conta das chuvas, superlotaram os hospitais públicos e postos de saúde. A unidade instalada em Marechal também atende pacientes de outras três cidades: Satuba, Atalaia e Pilar.
“Com o nosso suporte, as pessoas têm o primeiro atendimento em suas respectivas cidades e, após uma triagem, os casos são encaminhados para o hospital de campanha”, explicou.
A dona de casa Maria Cícera dos Santos, de 50 anos, foi uma das pacientes atendidas pelos médicos militares e ficou em observação no hospital. Ela relatou estar sentindo fortes dores de cabeça, com a vista a escurecer.
“Perdi tudo e cai no rio. Engoli muita água e quase morri. Lá no abrigo, as pessoas fazem comida para todo mundo. Eu não posso comer nada com sal, mas era a única coisa que havia para comer. Eu não podia ficar com fome. Os médicos daqui são maravilhosos. Eles salvaram minha vide e não sei o que fazer para agradecer. Acho que teria morrido se não fossem eles”, contou.
Maria Cícera permaneceu em observação no Hospital de Campanha
FOTO: RAFAEL MAYNART
De acordo com o tenente Cronemberger, médico infectologista do Exército, Maria Cícera chegou ao hospital com um quadro avançado de hipertensão – 190/100 mmHg, popularmente conhecido como 19 por 10 – e com crise de ansiedade, além de dores nas costas.
“Esta crise de ansiedade é comum em pessoas que acabaram de passar por um grande trauma, como foi o caso das vítimas das enchentes. Nós já a medicamos e estamos aguardando que ela melhore para poder dar alta”, explicou.
Ainda de acordo com Cronemberger, os casos mais comuns já registrados envolvem pessoas com hipertensão e diabetes. Segundo ele, muitas famílias perderam seus medicamentos durante as enchentes, razão pela qual as enfermidades que a acometem, em alguns casos, acabaram se agravando. “O emocional também influencia nesses casos”, reforçou.
Ao todo, 11 militares do Exército e da Força Aérea atuam no Hospital de Campanha por turno, sendo 2 pediatras, 1 infectologista clínico, 2 ortopedistas, 1 enfermeira, 4 técnicos de enfermagem e 1 técnico de raio-x.
Mulheres e crianças foram os primeiros pacientes atendidos nesta segunda
FOTO: RAFAEL MAYNART
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