
A decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros já causa prejuízos significativos à economia do Brasil. A incerteza gerada pela medida levou importadores americanos a cancelarem encomendas e empresários brasileiros a segurarem a produção, temendo a taxação. A preocupação se espalha por diversos setores e regiões, ameaçando a estabilidade econômica do país.
Setores mais afetados
Diversas indústrias e estados brasileiros já sentem o impacto das tarifas:
- Carne (Mato Grosso do Sul): Frigoríficos como JBS, Naturafrig, Minerva Foods e Agroindustrial Iguatemi paralisaram a produção destinada aos EUA. O país é o segundo maior comprador de carne brasileira, importando 12% do volume total. A paralisação visa evitar a formação de estoques e prejuízos, com a expectativa de redirecionar a produção para outros mercados internacionais. Além da carne, a exportação de tilápia do MS, com 99,6% da produção para os EUA, também está sob ameaça.
- Mel (Piauí): Grandes encomendas de mel orgânico foram canceladas imediatamente após o anúncio das tarifas. O Piauí, um dos líderes na produção nacional, exporta 80% de seu mel para os EUA. O cancelamento afeta grandes exportadoras, como o Grupo Sama, que compra de 12 mil pequenos produtores, gerando custos adicionais com armazenamento refrigerado.
- Madeira (Paraná): A indústria BrasPine, do Paraná, concedeu férias coletivas a 700 funcionários devido à medida. Os EUA recebem 42,4% das exportações de madeira do Brasil, e o Paraná é um dos principais exportadores do setor, que gera cerca de 400 mil empregos no estado. Exportações de móveis no Rio Grande do Sul também foram interrompidas.
- Pescados (Bahia, Pernambuco e Ceará): Em menos de 24 horas após o anúncio, importadores americanos suspenderam a compra de pescados brasileiros, resultando no desembarque de 58 contêineres em portos como Salvador (BA), Pecém (CE) e Suape (PE). Os EUA são o destino de 70% das exportações do setor.
- Pedras (Espírito Santo): O Espírito Santo, líder nacional em exportação de rochas naturais como mármore e granito (82% da receita do setor), teve o embarque de seus produtos para os EUA suspenso, embora os pedidos não tenham sido cancelados. Cerca de 66% das rochas naturais do estado são compradas pelos Estados Unidos.
- Incerteza generalizada
- Mesmo setores sem cancelamentos diretos de vendas já vivem sob grande incerteza:
- Embraer (Vale do Paraíba): A empresa estima perdas de até R$ 20 bilhões até 2030, já que 45% das vendas de jatos comerciais e 70% dos jatos executivos são para os EUA. Há temores de cortes de investimento e demissões em massa.
- Laranja: O Brasil, líder mundial em exportação de suco de laranja, teme que a taxação comprometa a cadeia produtiva que emprega cerca de 200 mil pessoas, afetando pequenos produtores.
- São Paulo: O estado pode ser o mais afetado, com cidades como Piracicaba e Sorocaba prevendo impactos na agroindústria, setor metalmecânico e indústria automotiva. Sorocaba, que exporta 8,5% de seus produtos para os EUA, teme rupturas de contratos e aumento do desemprego. Itapetininga receia perdas de mercado e aumento de custos de produção.
- Café (Porto de Santos, Sul de Minas e Litoral Paulista): O Porto de Santos, que escoa 35% das exportações de café para os EUA, alerta para queda na movimentação de cargas e perda de até R$ 145 milhões em receita, além de empregos em risco. O café brasileiro, que hoje paga 10% de tarifa, pode sofrer um aumento de até 400% no imposto.
- Pernambuco: A preocupação se estende à indústria da cana-de-açúcar, uvas frescas e estruturas metálicas, com os EUA sendo o segundo maior comprador desses produtos do estado.
- Diante do cenário, o governo federal decidiu criar um comitê para ouvir os setores mais atingidos, buscando soluções para mitigar os impactos dessa medida protecionista.
Ainda é pouco cabe mais, bora,bora Trump ainda cabe mais seria bom 200 por cento. Obrigado presidente Trump.