O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) emitiu nota sobre o incidente com o trabalhador Eraldo Rodrigues Neto, de 21 anos, que caiu de uma plataforma, enquanto trabalhava numa obra de manutenção da ponte Divaldo Suruagy, e desapareceu nas águas da Lagoa Mundaú, nessa terça-feira (13). Segundo o órgão, o funcionário caiu após pular de uma plataforma para outra. A família da vítima, no entanto, contesta a versão.
O órgão disse que testemunhas afirmaram que no momento do acidente o trabalhador usava EPI, “mas, talvez confiando na própria destreza, resolveu pular de uma plataforma para outra e acabou caindo na lagoa”.
O DER destacou que a obra era fiscalizada diariamente e todas as normas de segurança, que incluem a disponibilização e o uso de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs), eram atendidas pela construtora responsável.
No entanto, a família da vítima contesta a versão apresentada pelo órgão, nega que Eraldo tenha pulado e alega que a estrutura oferecia aos trabalhadores é precária.
“Meu irmão saiu de casa para trabalhar, como de costume. A informação que eu tenho de quem estava ao lado dele no momento do ocorrido, é que ele não pulou, simplesmente, o tablado de sustentação não aguentou a estrutura e meu irmão caiu. Quem é funcionário sabe a estrutura precária que a empresa disponibiliza. No mês passado aconteceu quase a mesma coisa com outro funcionário, mas graças a Deus não aconteceu o que houve com meu irmão porque ele conseguiu se segurar”, conta Aurilene Duarte Lopes, irmã do trabalhador.
Segundo ela, Eraldo era nascido e criado no Pontal da Barra e sabia nadar. Mas, as circunstâncias de como o acidente ocorreu e o equipamento que ele utilizava para trabalhar podem ter provocado o desaparecimento dele na lagoa.
“Ele estava com um martelete pesado. Uma empresa que trabalha com obra, em altura, tem que ter um técnico de segurança para avaliar a situação trabalhista. Ontem, eu questionei um funcionário sobre essa questão da segurança e ele disse que o técnico estava no contêiner, fazendo relatório, eu perguntei se a obra tinha finalizado, porque ele tinha que estar avaliando se a obra tinha condições de ter um funcionário sendo sustentado. Os próprios funcionários relatam que essa obra está há três anos com o tablado do mesmo jeito. Precisou o meu irmão morrer. Ele não pulou”, ressaltou.
Na manhã desta quarta-feira (14), o Corpo de Bombeiros retomou as buscas pelo trabalhador. No dia da ocorrência, devido às condições, por conta da falta de visibilidade, as buscas foram encerradas.
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