Homens armados sequestraram quase 300 estudantes na Nigéria, após ataques a escolas no estado de Kaduna, no centro-norte do país.
Os ataques ocorreram na manhã de quinta-feira (7/3) no vilarejo de Kuriga, quando aproximadamente 100 homens armados cercaram um grupo de alunos e professores e os empurraram até uma floresta. Alguns conseguiram fugir.
Forças de segurança vasculharam nesta sexta-feira uma vasta região de florestas utilizada como esconderijo por grupos criminosos armados. “Todas as agências de segurança fazem o melhor que podem para resgatar as crianças”, disse um porta-voz da polícia de Kaduna.
“Pelo que pudemos apurar na escola, mais de 280 alunos foram sequestrados pelos bandidos, que estavam em motocicletas e dispararam tiros durante o ataque”, afirmou o subsecretário do escritório regional de Kaduna da ONG Coalizão de Ação da Sociedade Civil pela Educação para Todos, Farouk Alhassan.
“Este incidente é ruim para a educação, é ruim para o futuro. Ontem foi um dia muito triste para todos os atores do setor da educação”, lamentou Alhassan. Um ativista dos direitos civis que tentou seguir o grupo e salvar algumas das crianças acabou sendo morto.
Nos últimos meses, grupos menores, na maioria mulheres e crianças, vem sendo alvo de sequestros em Kaduna. Em Borno, no mês passado, em torno de 200 pessoas, segundo estimativa da ONU, foram levadas por homens armados. Ainda não se sabe o número exato de pessoas sequestradas.
“Estou confiante que as vítimas serão resgatadas”, afirmou o presidente nigeriano, Bola Tinubu, que se elegeu no ano passado com a promessa de pôr fim aos sequestros. “Nenhuma outra hipótese é aceitável para mim ou para as famílias.”
Nenhum grupo assumiu até o momento a autoria do ataque. Os habitantes da região atribuem os sequestros a criminosos que atuam na região, praticando sequestros como forma de exigir grandes somas de dinheiro em vilarejos remotos nas regiões central e noroeste da Nigéria.
Os sequestros em escolas diminuíram desde o início do ano passado, mas analistas e ativistas afirmam que as falhas de segurança e as condições estruturais que possibilitam esse tipo de crime ainda perduram.
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